Blog de Bartô Nascimento: Vergonha em Maringá: o ProUni e a Uningá

Vergonha em Maringá: o ProUni e a Uningá

Mais uma vez Maringá ganha destaque nacional nos jornais de forma negativa. O programa Fantástico, do último domingo, denunciou que 3 alunas de medicina do Uningá, todas de classe média, recebiam a bolsa integral do ProUni, além de 300 reais por mês. Enquanto que as universidades públicas continuam sucateadas e abandonadas, o governo federal, por meio do ProUni, engorda as contas bancárias dos donos das universidades particulares como a Uningá. A qualidade de ensino da maioria das universidades particulares do Brasil é no mínimo duvidosa. A Uningá, que agora se vê no meio de um escândalo nacional, até teve seu curso de medicina cancelado pelo MEC este ano e apenas funciona ainda porque obteve uma liminar na justiça. A faculdade será punida pelo MEC e está sendo investigada pelo Ministério Público.

O ProUni, defendido à unhas e dentes pela governista UNE (dominada pelo PT e PCdoB), é um atraso para o ensino superior do Brasil. Quando o Estado investe 1000 reais, por exemplo, diretamente numa universidade pública, a totalidade desse dinheiro é gasto com educação. Já quando o Estado, por meio do ProUni, investe 1000 reais para que um estudante possa estudar numa Uningá da vida, esse montante não é gasto inteiramente com a educação: uma parcela desses mil reais é o lucro do dono da universidade. A solução para ter um ensino superior de qualidade no Brasil é investir na universidade pública, que tem a formação de seus alunos e a pesquisa como fins exclusivos, e não financiar as universidades particulares que de fato são empresas com o fim de obter lucro para seus donos.  Precisamos acabar com o funilamento que existe para entrar na universidade pública e aumentar a capacidade para poder atender à todos os proletários que desejam estudar.

O que aconteceu aqui em Maringá foi apenas a ponta do iceberg, e outros escândalos como esse com certeza surgirão no futuro. A verdade é que no Brasil o dinheiro público, e a coisa pública como um todo, nunca foi respeitado e dificilmente será respeitado enquanto vivermos numa sociedade capitalista e altamente centralizada. O ensino público é uma luta classista do proletariado, mas infelizmente acaba sendo abandonado pelas vanguardas iluminadas dos partidos revolucionários, que preferem fazer do movimento estudantil uma grande escola da militância partidária à lutar pela melhoria das universidades públicas brasileiras.

Assistam a reportagem do Fantástico:

5 comentários:

Douglas Vinícius Hernandes disse...

Acho que voce esta deturpando a instituição Uningá e o programa Prouni. Não é gereralizando que se resolve alguma coisa. Problemas existem, porém, faz-se necessários resolve-los e dilimi-los ao ponto de uma investigação.

Douglas Vinicus Hernandes

Anônimo disse...

CAROS BLOGUISTAS, Acadêmicos em especial.

INTERESSANTE

Uma das alunas que apareceram no Fantastico na matéria do dia 02/05, relatou estar passar dificuldades, pois este ano não conseguiu realizar a ''tradicional viagem a praia''.

Perante isso, nós acadêmicos maringaenses, que trabalhamos e estudamos, investindo em nosso aprendizado e que muita das vezes abrimos mãos de coisas essenciais em nossas vidas em prol do ensino, devemos ser solidários a essa pobre moça.

Sugiro a todos que realizamos uma ''RIFA BENEFICENTE EM PROL DA ACADÊMICA DE MEDICINA NA UNINGÁ'', para conseguirmos recursos para ela fazer sua ''VITAL e PRIORITÁRIA'' viagem à praia.

VAMO, GALERA CADA BILHETE SÃO APENAS R$ 3200,00 + R$ 300,00 DE AJUDA DE CUSTO.....sabem como é né, vida de universitário é foda...!!!

Atenciosamente.

ACADÊMICO DE MARKETING

Unknown disse...

Douglas, minha intenção não foi deturpar a Uningá nem generalizar que todos os estudantes da Uningá fizeram alguma coisa errada. Fiz uma crítica ao ProUni e ao ensino particular em geral. É justamente por causa do número de vagas limitado das universidades públicas e pelo funilamento que existe no processo seletivo que muitos alunos se vêm obrigados à estudar nas universidades particulares como a Uningá. Esses alunos não são culpados, apenas se vêm sem outra opção.

Obrigado por comentar no blog!

Wilson Rezende disse...

Defendo a estatização das faculdades particulares do Brasil, algumas porém não tem jeito, a Unifama por exemplo tem que demolir.

Anônimo disse...

O problema é que a corrupção está em todas as classes, não é só da 'elite', a maioria, rico , médio ou pobre, quando pode sempre dá um 'jeitinho' de passar por cima de alguma lei.
Desde o servente até o o mais rico do país, desde o gari da prefeitura até o presidente da República, quase 100%, sempre que chega na hora do dinheiro o 'jeitinho' fala mais alto.
Muita gente, mas muita gente mesmo frauda o Prouni. Boa parte dos estudantes na hora de preencher o cadastro omite a renda de algum familiar só pra pegar bolsa 100%. E nos outros anos quando a renda da família aumenta, ninguém vai lá no cadastro alterar a renda. Isso acontece em todas as classes sociais.

Essa luta de classe aí que estudades gostam de falar não existe, o que existe é a corrupção na alma do povo.
Mentir ou dar um dinheiro para algum fiscal para não ser multado, omitir dados na declaração e na contabilidade, colar na escola, baixar trabalhos prontos na net , piratiar produtos, correr atrás de político para ganhar algo, enrolar no trabalho, perder horas e horas na net ou televisão, etc, etc, tudo isso e muito mais não tem classe, rico ou pobre, quase todos que tem oportunidade fazem.

A administração pública, o Estado , funcionários públicos, políticos, são reflexo de tudo isso, afinal, todos eles são brasileiros e todos são do povo.

O problema é que a maioria só vê as folhas da árvore (administração pública) e não conseguem ver os galhos, caule e raiz que sutenta todo a nação, que é o povo. Não adianta querer mudar a folhagem se o problema está com a raiz.

Quem dera boa parte das pessoas desse país conseguisem ver que quem faz um país não é o governo e sim sua população. Nesse dia talvez teríamos uma chance!

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